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domingo, 16 de setembro de 2012

Necessidade - Primeiro Capitulo

Sabe aqueles dias em que você acorda com algo na cabeça que enquanto você não realizar,tem a absoluta certeza de que ela não sairá de lá? Hoje é um desses dias. 
Eu ainda sei de tudo. Sei que ela é namorada de Pedro , que por sinal é meu melhor amigo, sei que ela achava que eu era apenas uma obsessão, sei que ela não vai querer nada comigo porque ela ama o Pedro . Mas ninguém pode me culpar por tentar fazer a mulher da minha vida se apaixonar por mim. 

Lua também sabe de tudo. Ela sabe que eu a amo, sabe que quando transamos no elevador do prédio do Pedro não foi apenas sexo e sabe que vai se repetir. 
Claro que ela sabe que vai se repetir, senão ela não estaria fugindo de todas as reuniões que acontecem entre eu e os outros caras. Ela sempre inventava uma desculpa diferente e Pedro nem ao menos percebia qual era o problema. 
E eu que não diria a ele o que acontecia. Mas o que você queria também? Que eu chegasse nele e dissesse na cara de pau “Ah, sabe o que é Pedro , eu transei com sua namorada porque achamos que eu era obcecado por ela, mas não foi nada muito grave, sabe. Mas eu estou apaixonado por ela. E aí? Essa carta em sua mão é um sete de copas?”. 
Era impossível para eu não pensar em Lua nem que fosse um dia sequer. Aquela garota conseguira entorpecer todos os meus sentidos. Se antes eu já sonhava com Lua dia e noite, agora ficara um pouco pior. 
Não era obsessão. Eu sabia disso. 

Obsessões passam. Obsessões não duram tanto tempo. 
Eu precisava dela assim como alguém precisa de ar. Parece clichê, eu sei. Mas o que eu posso fazer se é realmente assim. Eu preciso de Lua em tudo o que eu faço. Não consigo pensar em nada sem compará-la antes com o que eu faço. 
“Não, isso não é legal como a Lua ” ou “Que lindo, parece a Lua ”, ou ainda “Se eu trocar esses acordes essa música ficará perfeita como o sorriso daLua ”. 
Tudo ela, sempre ela. Isso teria que passar uma hora. A minha consciência estava ficando cada dia mais pesada. Eu convivia com Pedro e o escutava elogiar a namorada e contar seus problemas conjugais para mim e fingir que não estava com inveja dele. Inveja do que ele me contava que faziam, inveja das brigas deles que sempre terminavam numa reconciliação selvagem na casa de um dos dois. 
E ultimamente eu vinha fazendo algo que eu jurei nunca fazer. Eu chorava por não conseguir ter Lua para mim. E o problema era que se eu realmente quisesse eu poderia tê-la. Ela poderia amar Pedro o tanto que fosse, mas não poderia nunca negar que sentia algo por mim. Ela confessara que o que houve entre nós no elevador não conseguiu me tirar da cabeça dela. Se era assim, era porque ela também sentia esse aperto no coração que me impedia de continuar o dia se não pudesse falar com ela. 
E hoje era o dia. 
Pedro é meu melhor amigo. Pedro é uma das pessoas em quem mais confio na vida. Mas não posso continuar assim. 

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